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Enquadramento

Construída com a paciência do passar dos séculos a vila de Melgaço possui ruas e praças repletas de edifícios com uma arquitetura culta e popular e um dos centros históricos mais bonitos e melhor conservados do Alto Minho que merece ser visitado e dinamizado. A história deste concelho esteve, desde tempos remotos, ligada à vinha e ao vinho marcando as suas vivências sociais e, até, o seu mundo simbólico. A cultura do vinho recua até à segunda metade do século I a.C., como mostram as ânforas vinárias para o transporte de vinho, aqui encontradas. O vinho entrou na economia local e proporcionou redes comerciais com povos de regiões muito distantes, incentivando a troca de saberes e a criatividade local nas tecnologias de produção e conservação. Os forais concedidos a Melgaço reforçam e reconhecem a posse das vinhas aos seus habitantes, como é o caso do foral atribuído a Melgaço (1181–1185), por D. Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal, onde reconhece a existência de vinhas e de produção de vinhos.

A personalidade e o carácter do Alvarinho formaram-se, em Melgaço e Monção, onde nasceu e cresceu, antes de qualquer registo escrito. Em 1920 apareceu o primeiro vinho comercializado com a marca “Alvarinho”. Mais do que características únicas na morfologia da região, o Alvarinho de Melgaço é, na sua essência, o resultado de um saber coletivo, um acumular de experiências e saberes, um património cultural que as gerações anteriores deixaram. O vinho é mais do que um produto, faz parte integrante da identidade cultural local. Com este projeto pretende-se o desenvolvimento de ações com vista à gestão e animação da área urbana, à promoção da atividade económica, à valorização dos espaços urbanos e à mobilização das comunidades locais. O objetivo será criar uma experiencia de arte integrada na paisagem urbana, conjugando a arte com a natureza e com a vida quotidiana das gentes de Melgaço. Mostrar ao público a reflexão sobre a cultura do vinho e da vinha por intermédio da produção artística contemporânea protagonizando obras alusivas à vivência deste território. Os resultados deverão sugerir aos espectadores um novo olhar sobre os espaços públicos do território e fomentar a reflexão sobre a importância da cultura do vinho e a sua ligação à arte.

Para a concretização deste objetivo pretende-se criar um concurso com a temática do vinho e da vinha, aberto a artistas nacionais e estrangeiros. As obras vencedoras, criadas em diversos materiais serão colocadas na malha do centro urbano de Melgaço. Este concurso será um ponto de partida cujo objetivo será incrementar, ao longo dos anos, o número de obras criando um museu de arte ao ar livre, visitável durante as 24 horas e os 365 dias do ano.

Pretende-se despertar o interesse dos cidadãos pela arte e cultura, além de promover uma vivência estética ligada a uma temática territorial. Esta iniciativa pretende potenciar o território, atraindo novos públicos, contribuindo para a afirmação da cultura do vinho e para a afirmação da dinâmica económica local e promoção turística.

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